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Ecodoppler arterial - importante no diagnóstico, fundamental no acompanhamento pós-operatório

Agosto 2015

 

O Ecodoppler arterial tem como principal objetivo avaliar a passagem de sangue dentro das artérias e avaliar como está a parede desses vasos. As artérias são tubos com bastante elasticidade, que a cada bombeamento do coração (sístole), recebem o sangue com bastante pressão e se distendem. Depois dessa onda sistólica, há uma onda de relaxamento, onde o sangue diminui a sua velocidade. Em algumas artérias ainda há uma terceira onda do fluxo menor, proveniente da reacomodação elástica da artéria antes de uma nova batida do coração.

 

Quando a artéria é sadia, suas paredes são lisas e apresentam boa elasticidade, essas três ondas podem ser observadas no doppler. Esse fluxo é chamado fluxo trifásico e é considerado o padrão de fluxo normal. Por vezes, a última onda pode não existir, caracterizando um fluxo bifásico, também considerado normal. Caso haja alguma obstrução na artéria, o fluxo após a obstrução pode se tornar muito fraco e lento, o que geralmente diminui o tamanho da primeira onda sistólica e faz a onda diastólica desaparecer. Esse fluxo é chamado monofásico e caracteriza a doença arterial obstrutiva.

 

Quando ocorrem áreas de estreitamento significativo nas artérias, as chamadas estenoses, há um súbito aumento de velocidade do fluxo logo após a área mais estreita. A comparação feita é com o trem lotado na hora de saída do trabalho. Quando a porta do trem abre, as pessoas que querem entrar se aglomeram, vão se apertando, até chegar na porta. Quando atravessam a porta, a velocidade aumenta, parecendo que foram empurradas para dentro do vagão vazio. Com o nosso sangue, o fenômeno é semelhante. O fluxo depois se torna normal ou mais lento, e pode mudar de padrão (trifásico para monofásico).

 

Dessa forma, com o Ecodoppler temos um verdadeiro velocímetro do corpo e a partir desses cálculos de velocidade é que podemos diagnosticar quais os segmentos das artérias podem estar entupidos.

 

Outra análise que fazemos é da qualidade da parede da artéria. Se a artéria tiver uma área de dilatação acentuada, fechamos o diagnóstico de aneurisma. Podemos observar também o grau de obstrução causado por uma placa ateroesclerótica e as características dessa placa: se é muito calcificada ou, o contrário, se é uma placa mole que pode se desprender a qualquer momento.

 

Mas é no pós operatório das doenças vasculares que o Ecodoppler se torna fundamental. O acompanhamento dos stents, endopróteses, próteses e pontes com veia safena é prioritariamente feito com este exame. Por ser não invasivo, não necessitar do uso de radiação (é uma ultrassonografia), nem necessitar do uso de contraste, pode ser feito rotineiramente sem causar qualquer malefício ao paciente. Podemos descobrir, por exemplo, se o stent que foi colocado na cirurgia está completamente aberto e livre de obstruções, ou ainda diagnosticar um entupimento parcial do stent precocemente, antes que se feche completamente.

 

Esse acompanhamento "de perto" já demonstrou ser muito eficiente em vigiar o resultado da cirurgia e despertar um sinal de alerta ao menor problema existente. Utilizar este exame na prática diária do consultório permite que os pacientes saiam da consulta de revisão com a tranquilidade de que tudo está bem ou com a certeza de que, embora esteja acontecendo um problema, ele será resolvido de forma rápida e eficaz.

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